terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Não sei, bem quando, mas aqui na cidade onde vivo (Edmonton - Canada) vai realizar-se uma campanha do Câncer da Mama. (mais uma, pois em Novembro já se tinha feito outra (nunca são demais)

Vai ser uma caminhada... (caminhada... "big deal",) pensarão alguns, mas são estes pequenos gestos que fazem com que as pessoas passem a pensar de maneira diferente... são pequenos gestos como este que sensibilizam as pessoas para grandes acontecimentos ... e este é só mais um... a doença do sec.XX

Quer queiramos, quer não, e um assunto que a todas nos diz respeitos pois "velhas ou novas" somos todas mulheres e todas temos: mães, filhas, irmãs, sobrinhas, amigas... e todas poderemos passar por semelhante situação.... espero sinceramente que não... por isso vou considerar como mais um post de assunto interessante... Mas assim mesmo, aqui fica a minha GRANDE homenagem a todas as mulheres que passaram ou estão passando pelo diagnóstico do câncer de mama. Mulheres guerreiras que acabaram ou acabarão por VENCER!

O câncer de mama propriamente dito, é um tumor maligno. Isso quer dizer que o câncer de mama é originado por uma multiplicação exagerada e desordenada de células, que formam um tumor. O tumor é chamado de maligno quando suas células tem a capacidade de originar metástases, ou seja, invadir outras células sadias à sua volta. Se estas células chamadas malignas caírem na circulação sanguínea, podem chegar a outras partes do corpo, invadindo outras células sadias e originando novos tumores.

Já os tumores chamados benignos não possuem essa capacidade. Eles possuem um crescimento mais lento, não ultrapassando um certo tamanho, além de não se espalharem por outros órgãos. Também são comuns na região das mamas. Inclusive, a maioria dos nódulos que aparecem nessa região são tumores benignos, como os quistos e os fibroadenomas, por exemplo. Os quistos são nódulos dolorosos e aumentam antes da menstruação. Os fibroadenomas não se transformam em câncer, e, se necessário, podem ser facilmente retirados através de uma pequena cirurgia, geralmente feita com anestesia local. Os tumores benignos não se transformam em câncer.

A grande preocupação, portanto, é com os tumores malignos, como o câncer de mama, que crescem rapidamente e sem dor. Devem ser diagnosticados o mais rápido possível para evitar a perda da mama ou mesmo lesões maiores.

Como é feito o diagnóstico do Câncer de Mama?

O melhor meio para se diagnosticar o câncer de mama é a mamografia, que é capaz de detectar o tumor antes mesmo que ele se torne palpável. Quando o diagnóstico é feito dessa forma, ainda no início da formação do tumor, as chances de cura se tornam muito maiores, descartando a necessidade de retirada da mama para o tratamento. Apesar de ser um método eficaz, a mamografia não descarta o auto-exame e o exame feito pelo ginecologista ou mastologista, já que alguns nódulos, apesar de palpáveis, não são detectados pela mamografia.

A mamografia é um exame simples, com aparelhos de Raio X especialmente desenvolvidos para isso, onde a mulher coloca os seios entre duas placas de acrílico, que irão comprimir um pouco a mama. A compressão da mama é requisito essencial para o sucesso do exame, portanto, deve-se evitar o período anterior ao da menstruação, quando as mamas ficam um pouco doloridas, o que causará um certo incómodo na hora do exame. Recomenda-se que ele seja feito aproximadamente uma semana após o período menstrual. A título preventivo, esse exame deverá ser feito anualmente a partir dos 50 anos, ou, se houver casos na família, desde os 40 anos de idade. O exame não é prejudicial à saúde, sendo que a radiação recebida é pouco maior do que a de uma radiografia dos pulmões.

O auto-exame é um método de diagnóstico onde a própria mulher faz um exame visual e de palpação na mama em frente a um espelho. Este exame deve ser feito aproximadamente sete dias após cada menstruação ou, se a mulher não menstrua mais, pelo menos uma vez por mês em qualquer época.

A cada seis meses, a mulher deve se submeter a um exame de rotina com o ginecologista, que se tiver alguma dúvida ou suspeita, deverá encaminhá-la ao mastologista, que é um médico especializado em doenças das mamas.

Qualquer suspeita deverá ser verificada. Se um dos exames anteriores for suspeito, será preciso efetuar uma biopsia para confirmar ou não o diagnóstico. Este exame consiste numa pequena cirurgia destinada a retirar um pedaço do nódulo suspeito, ou mesmo o nódulo inteiro, para que este seja analisado. Conforme o caso, isso pode ser feito através de agulhas.

Quais são os tipos de tratamento do Câncer de Mama?

A cirurgia para o tratamento do câncer de mama pode ser conservadora ou radical. Será conservadora quando retira apenas uma parte da mama (quadrantectomia), e será radical quando retira toda a mama. O tipo de cirurgia varia de caso para caso. No caso da retirada parcial, a cirurgia deverá ser complementada pela radioterapia.

A radioterapia é um tratamento à base de aplicação de radiação direccionada ao tumor ou ao local deste e tem por objectivo, se antes da operação, reduzir o tamanho do tumor, e se após, evitar a volta da doença. A radiação bloqueia o crescimento das células, e deve ser utilizada apenas na área afectada, evitando atingir o tecido normal. As aplicações duram cerca de 15 minutos e devem ser feitas diariamente, variando de 25 a 30 aplicações. O tratamento não apresenta complicações. O local das aplicações adquire uma coloração parecida com a de uma queimadura de sol.

Outro tratamento utilizado nos casos de câncer é a quimioterapia. A quimioterapia é o uso de medicamentos extremamente potentes no tratamento do câncer. Também é usado para completar a cirurgia, podendo começar antes ou após a operação. Ao contrário da cirurgia e da radioterapia que têm efeito local, a quimioterapia age em todo o corpo, visando evitar a volta do tumor e o aparecimento em outros órgãos. A quimioterapia age sobre as células tem um crescimento e multiplicação acelerados, como as do câncer. Acontece que existem outras células do corpo que possuem estas mesmas características, causando os famosos efeitos colaterais, tais como anemia e diminuição da resistência a infecções causadas pela acção nas células produtoras dos glóbulos sanguíneos vermelhos e brancos, queda de pêlos e cabelos devido à acção nas células do folículo piloso, náuseas, vómitos e diarreia, em decorrência da acção nas células do aparelho digestivo, além da dificuldade de engravidar e parada da menstruação, já que as células do sistema reprodutor também são afectadas. O tratamento normalmente é feito com soro pela via endovenosa. Na maioria das vezes, o tratamento dispensa o internamento. Primeiro, o paciente faz uma consulta médica de rotina e, se estiver tudo normal, recebe o soro durante algumas horas e está liberado para voltar para casa.

Em alguns casos, outro procedimento que pode ser útil é a hormonioterapia. Durante muitos anos acreditou-se que o aparecimento do câncer de mama tivesse íntima relação com os hormonas femininas, em especial os estrogénios. Hoje sabe-se que nem sempre isso ocorre. Por isso é feito um exame para averiguar a utilidade ou não desse tratamento. O exame consiste na medição na dosagem dos receptores de estrogénios das células do tumor. De acordo com o resultado avalia-se a necessidade ou não da hormonioterapia, que consiste na ingestão de um a dois comprimidos por dia durante não menos que dois anos.

Factores de risco para o câncer de mama:

São factores que aumentam o risco de câncer de mama em pequeno grau. Muitos estão associados ao tempo de exposição aos estrogênios; e nenhum desses factores de risco é muito forte.

Terapia de Reposição Hormonal: a TRH pode ser utilizada, em mulheres na pós-menopausa, para melhorar os sintomas do climatério e reduzir a osteoporose. Porém, o uso de estrogênio combinado ao progestogênio (os hormônios femininos) compromete as alterações que a mama sofre com o avançar da idade, aumentando o risco de câncer de mama quando utilizada por tempo prolongado. A decisão de se iniciar a TRH deve ser tomada após decisão cuidadosa com seu médico assistente, pesando-se os prós e contras dessa terapia, a qual tem seus benefícios.

Idade de Eventos da Vida Reprodutiva: o estrogênio é o hormônio responsável por estimular as células da glândula mamária a se reproduzir. Quanto maior o tempo que o organismo da mulher produz e está exposto a esse hormônio, maior o risco de câncer de mama. Por isso, as mulheres que apresentaram a primeira menstruação em idade mais precoce (época em que se inicia a produção de estrogênios), menopausa em idade mais avançada (época em que a produção de estrogênio declina significativamente), menor número de gestações (a gestação é um período de predominância da progesterona) e primeira gestação em idade mais tardia apresentam maior risco de câncer de mama.

• Uso de Anticoncepcionais Orais: o uso prolongado de anticoncepcionais orais (hormonais) antes da primeira gestação também aumenta o risco de câncer de mama.

• Altura e Peso: mulheres mais altas apresentam maior risco que mulheres mais baixas. O peso exerce um importante efeito, porque o tecido gorduroso afecta o metabolismo do estrogênio (aumentando seus níveis), por isso as mulheres obesas apresentam risco maior desse câncer do que as não-obesas.

• Consumo de Álcool: o consumo moderado de álcool aumenta o risco de câncer de mama, provavelmente porque leva ao aumento dos níveis de estrogênio. Quanto maior o consumo, maior o risco. Porém, parece que esse risco pode ser eliminado pela ingestão regular de ácido fólico (vegetais folhosos ou suplemento vitamínico).

• Outros Cânceres: as mulheres que já apresentaram outro câncer ginecológico (colo uterino, endométrio, ovário) ou até mesmo câncer de intestino grosso apresentam risco aumentado para câncer de mama.

• Factores Diversos: factores socio-económicos também afectam o risco de câncer de mama, de forma que mulheres de nível socio-económicos mais elevado apresentam risco maior do que mulheres de nível mais baixo. Além disso, as mulheres que vivem nas cidades têm maior risco do que as que vivem no campo. A etnia também pode ser um factor definidor de risco, já que parece que mulheres negras apresentam maior risco desse câncer na idade inferior a 40 anos, enquanto mulheres brancas têm risco maior de câncer de mama em idade igual ou superior a 40 anos. Parece que o tabagismo também é um factor de risco para o câncer de mama.

Sintomas do câncer de mama:

O câncer de mama normalmente não dói. A mulher pode sentir um nódulo (ou caroço) que anteriormente ela não sentia. Isso deve fazer ela procurar o seu médico. O médico vai palpar as mamas, as axilas e a região do pescoço e clavículas e se sentir um nódulo na mama pedirá uma mamografia.

A mulher também pode notar uma deformidade na suas mamas, ou as mamas podem estar assimétricas. Ou ainda pode notar uma retracção na pele ou um líquido sanguinolento saindo pelo mamilo. Nos casos mais adiantados pode aparecer uma "ferida" (ulceração) na pele com odor muito desagradável.

No caso de carcinoma inflamatório a mama pode aumentar rapidamente de volume, ficando quente e vermelha.

Na maioria dos casos, a mulher é a responsável pela primeira suspeita de um câncer. É fundamental que ela conheça as suas mamas e saiba quando alguma coisa anormal está acontecendo. As mamas se modificam ao longo do ciclo menstrual e ao longo da vida. Porém, alterações agudas e sintomas como os relacionados acima devem fazer a mulher procurar o seu médico rapidamente. Só ele pode dizer se estas alterações podem ou não ser um câncer.

Como se faz o diagnóstico de câncer de mama:

A mamografia é um Rx das mamas. Este exame também é feito para detecção precoce do câncer quando a mulher faz o exame mesmo sem ter nenhum sintoma (leia mais sobre Detecção Precoce do Câncer de Mama neste site). Caso a mama seja muito densa, o médico também vai pedir uma ecografia das mamas.

Se a mamografia mostra uma lesão suspeita, o médico indicará uma biópsia que pode ser feita por agulha fina ou por agulha grossa. Geralmente, esta biópsia é feita com a ajuda de uma ecografia para localizar bem o nódulo que será coletado o material, se o nódulo não for facilmente palpável. Após a colecta, o material é examinado por um patologista (exame anátomo-patológico) que definirá se esta lesão pode ser um câncer ou não.

Tratamento para o câncer de mama:

Existem vários tipos de tratamento para o câncer de mama. São vários os factores que definem o que é mais adequado em cada caso. Antes da decisão de que tipo de tratamento é mais adequado o médico analisa o resultado do exame anátomo-patológico da biópsia ou da cirurgia se esta já tiver sido feita. Além disso, o médico pede exames de laboratório e de imagem para definir qual a extensão do tumor e se ele saiu da mama e se alojou em outras partes do corpo.

Se o tumor for pequeno, o primeiro procedimento é uma cirurgia onde se tira o tumor. Dependendo do tamanho da mama, da localização do tumor e do possível resultado estético da cirurgia, o cirurgião retira só o nódulo, uma parte da mama (geralmente um quarto da mama ou setorectomia) ou retira a mama inteira (mastectomia) e os gânglios axilares.

As características do tumor retirado e a extensão da cirurgia definem se a mulher necessitará de mais algum tratamento complementar ou não. Geralmente, se a mama não foi toda retirada, ela é encaminhada para radioterapia.

Dependendo do estadiamento, ou seja, quão avançada está a doença (tamanho, número de nódulos axilares comprometidos e envolvimento de outras áreas do corpo), também será indicada quimioterapia ou hormonioterapia. Radioterapia é o tratamento que se faz aplicando raios para eliminar qualquer célula que tenha sobrado no local da cirurgia que por ser tão pequena não foi localizada pelo cirurgião nem pelo patologista. Este tratamento é feito numa máquina e a duração e intensidade dependem das características do tumor e da paciente.

Quimioterapia é o uso de medicamentos, geralmente intravenosos, que matam células malignas circulantes. O tipo de quimioterápico utilizado depende se a mulher já está na menopausa e a extensão da sua doença. Hormonioterapia é o uso de medicações que bloqueiam a acção dos hormônios que aumentam o risco de desenvolver este tipo de câncer. Este tratamento é dado para aquelas pacientes em que o tumor mostrou ter estes receptores positivos (receptor de estrogênio e receptor de progesterona).

Detecção precoce do câncer de mama:

O exame de palpação realizado pelo médico e a mamografia são os exames realizados para uma detecção precoce desse tipo de câncer.

Como o médico faz esse exame?

O exame mais fácil de se realizar para se detectar uma alteração da mama é o exame de palpação. Neste exame o médico palpa toda a mama, a região da axila e a parte superior do tronco em busca de algum nódulo ou alteração da pele, como retracção ou endurecimento, e de alguma alteração no mamilo.

A mamografia é um Raio X das mamas e das porções das axilas mais próximas das mamas. Nesse exame, o radiologista procura imagens sugestivas de alterações do tecido mamário e dos gânglios da axila. A ecografia das mamas pode auxiliar o radiologista a definir que tipo de alterações são essas.

Esses exames, quando realizados anualmente ou mais frequentemente, dependendo da história individual da paciente (presença de factores de risco ou história de tumores e biópsias prévias), pode diminuir a mortalidade por esse tipo de tumor, quando realizados entre os 50 e os 69 anos.

Porém, este tipo de tumor tem características diferentes para populações diferentes. Isto altera o quanto a mamografia é eficaz em diminuir a mortalidade por este tipo de tumor.

Realizar esses exames entre os 40 e os 49 anos pode diminuir a mortalidade por este tipo de tumor, mas o efeito dessa diminuição só se dará quando essas mulheres tiverem mais de 50 anos.



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